O apagão que atinge a cidade de São Paulo há quatro dias já gerou perdas significativas para o comércio e o setor de serviços. De acordo com estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o prejuízo acumulado atinge pelo menos R$ 1,65 bilhão. Esse valor corresponde a R$ 536 milhões em perdas no varejo e R$ 1,1 bilhão no setor de serviços. A situação ainda pode se agravar, pois a distribuidora de energia Enel não forneceu uma previsão concreta para a normalização do fornecimento.
O impacto no comércio paulistano é particularmente grave, uma vez que, em finais de semana, o setor costuma gerar R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços alcançam um faturamento diário de R$ 2,3 bilhões. Desde o início do apagão, na sexta-feira, 11, a FecomercioSP tem mantido diálogos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Prefeitura de São Paulo, cobrando uma solução rápida da Enel. A federação considera inaceitável que a maior cidade do Brasil enfrente cortes constantes de energia nos últimos meses, prejudicando o comércio, mercados, restaurantes, farmácias e outros estabelecimentos.
Muitos empresários foram obrigados a recorrer a geradores, contratando funcionários extras e adquirindo combustível para manter as atividades. Esses custos adicionais agravam ainda mais a situação financeira dos negócios afetados. A FecomercioSP destaca a necessidade de discutir uma reforma administrativa, ressaltando que, apesar de arrecadar altos tributos, o governo não tem conseguido garantir serviços básicos de qualidade, como o fornecimento de energia.
Enquanto São Paulo enfrentava o quarto dia de apagão, na segunda-feira, 14, a Aneel foi alvo de críticas por ter promovido uma festa de Halloween em suas dependências. O evento, embora não obrigatório, foi visto como inadequado, dado o contexto crítico no Estado mais populoso do país. A celebração gerou descontentamento entre os funcionários e a população, que esperavam maior foco na solução da crise energética. Até o momento, cerca de 250 mil imóveis, entre residências e estabelecimentos comerciais, continuam sem eletricidade.