As incertezas políticas originadas pelas eleições federais antecipadas, a desaceleração do comércio mundial e os efeitos geopolíticos são elementos que contribuem para o fraco desempenho.
A economia da Alemanha deverá continuar estagnada pelo terceiro ano seguido em 2025, com um crescimento de 0,0%, o que representa uma revisão para baixo em comparação com a previsão anterior de 0,2%, segundo o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW Berlin).
Uma recuperação considerável só é projetada para 2026, com um crescimento de 1,1%, também um pouco abaixo da previsão anterior de 1,2%.
O desempenho econômico abaixo do esperado é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo incertezas políticas provocadas pelas eleições federais antecipadas, a desaceleração do comércio mundial e os efeitos geopolíticos.
“A perda dos EUA como parceiro político confiável representa enormes desafios para o futuro governo alemão e agrava a situação já complicada, principalmente para as empresas voltadas para a exportação”, declara Geraldine Dany-Knedlik, diretora econômica do DIW Berlin.
Embora o consumo privado tenha sido impulsionado pelo aumento dos salários reais, tem se mostrado mais fraco do que o antecipado, com muitos alemães adiando compras de maior valor devido à situação política global e temores relacionados ao emprego, aponta o DIW.
No entanto, prevê-se que o fundo especial para investimentos em infraestrutura ajude a estimular a economia, observa.
De acordo com a entidade, o setor industrial poderá tirar proveito de um governo estável e de um ambiente econômico mais definido após as negociações da coalizão.
A taxa de desemprego deverá continuar baixa, com um pequeno aumento em 2025, mas espera-se uma recuperação em 2026. A inflação, estimada em 2,1% para 2025, deverá voltar à meta de 2% do BCE no ano seguinte.
Marcel Fratzscher, presidente do DIW, aponta que o fundo especial para infraestrutura é fundamental para tirar a economia alemã da crise.
Ele defende que “fortalecer o investimento público e diminuir as incertezas econômicas devem ser prioridades”, além de realizar reformas estruturais, como a integração de refugiados no mercado de trabalho e a remoção de barreiras à imigração de profissionais qualificados.