Uma nova variante do coronavírus foi encontrada em Belo Horizonte e possui um alto número de mutações. De 85 genomas de Sars-CoV-2 sequenciados a partir de amostras de pacientes contaminados pela Covid-19, dois indicaram a presença de um conjunto de 18 mutações nunca descritas anteriormente. Parte dessas modificações já foi identificada em outras variantes associadas com o aumento do risco de morte
A descoberta foi feita por pesquisadores do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, com a colaboração do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Prefeitura de Belo Horizonte.
Os estudos genéticos já realizados indicam que a nova variante tem características em comum com a P.1, descoberta em Manaus, a P.2, identificada no Rio de Janeiro, a B.1.1.7, do Reino Unido, e a sul-africana B.1.1.351.
Segundo o virologista Renato Santana, embora seja precoce dizer se a nova variante é mais transmissível ou severa, já se sabe que ela possui mutações já descritas em outras variantes associadas com o aumento do risco de morte. “Recentemente, foi demonstrado que a variante do Reino Unido, por exemplo, está associada com aumento de risco de morte em 60%. Preocupa muito a variante P.1, de Manaus, e também essa nova variante que estamos identificando agora, porque elas têm mutações nas mesmas regiões que a do Reino Unido. Pode ser que algumas dessas variantes estejam associadas ao aumento de casos severos que estamos observando em todo o país”, afirma.