Jane Grey era uma jovem cidadã da nobreza inglesa, nascida em 1537. Foi declarada Rainha da Irlanda e Inglaterra no dia 10 de julho de 1553. Seu reinado apenas nove dias.
Quem foi e qual sua origem
Jane era bisneta de Henrique VII, prima em segundo grau de Eduardo VI. Sua mãe, Francisca Brandon, era filha da princesa Mary Tudor, irmã mais nova de Henrique VIII. Casou aos 12 anos com Guilford Dudley, que tinha a mesma idade. Era uma garota quieta, estudiosa, e também uma protestante fanática.
Como chegou ao trono
Com apenas 15 anos foi envolvida em uma emboscada de John Dudley, seu sogro e regente do rei. Esse tinha como objetivo colocá-la no trono após a morte do rei Eduardo VI. John estava convencido de que manipularia sua nora a realizar seus desejos. Objetivo esse alcançado, deixando de fora as meias irmãs do falecido rei, casando-se de forma abertamente política. Portanto, em caso de falha nos planos de Dudley, os pais concordaram em que a união não deveria consumar-se. Dois meses após o casamento, Jane recebeu a notícia de que seria rainha.
Seu trágico reinado
No dia 10 de julho de 1553, Jane foi coroada rainha. Porém, recusou-se a aceitar o novo papel, dizendo que Mary era a verdadeira herdeira. Entretanto sua resistência de nada adiantou.
As comemorações foram ofuscadas com a notícia de que Mary estava juntando aliados. Nessa circunstância Jane acaba brigando com seu marido, pois ele exigia ser coroado também. Sua curta vida de rainha resumia-se em assinar alguns documentos e se resguardar em seus aposentos, temendo ser envenenada por Dudley.
Com apenas dois dias de reinado, as coisas ficaram feias, porque Mary reuniu um exército de 15 mil homens e o apoio em sua casa crescia rapidamente. Mary era herdeira legítima do trono Inglês e gozava de grande afeição popular. Aos poucos Dudley for perdendo apoio. Em 19 de julho de 1553, o Lord Prefeito ordenou que proclamasse Mary como Rainha da Inglaterra. Esse acontecimento foi comemorado por toda a cidade de Londres, com muitos fogos e todos os sinos tocando, chegando ao fim o reinado de Jane.
O triste fim de Jane Grey
Após a vitória de Mary, o pai da jovem lhe avisou que não era mais a rainha, e ela calmamente respondeu: “Então eu posso ir para casa?”. Seu pai não respondeu, mas ele já estava decidido que iria abandonar a filha Jane, e passar para o lado de Mary.
Algumas horas depois os, guardas chegaram à torre para informar que Jane, seu marido, e sua mãe eram prisioneiros. No dia seguinte Dudley foi preso e trancado na torre com seus filhos. Mary informou a mãe da Jane que nada aconteceria a sua filha, e que pretendia mantê-la sobre custódia, junto com seu marido, até que fosse seguro perdoá-los e libertá-los.
No dia 23 de agosto de 1553, Dudley foi julgado, considerado culpado e executado. Posteriormente, em novembro, Jane e seu marido foram julgados por alta traição ao atual reinado e sentenciados a morte. Todavia Mary decidiu por misericórdia que os prisioneiros continuassem na torre. Sua intenção era atrasar o perdão e a libertação da Jane, para que até lá, ela tivesse tempo de casar-se e dar a luz a um herdeiro. No entanto, os planos do casamento com o príncipe da Espanha foram por água a baixo.
Em janeiro uma revolta muito grande foi descoberta pelos espiões da rainha, o motivo era a vida da jovem. No mês seguinte, depois de muita pressão do Conselho, juntamente com o pai de Jane, Mary concordou com a sentença e avisou a jovem para preparar-se à morte. Após isso, novamente Mary ofereceu a chance de um adiamento, caso ela se convertesse ao catolicismo. Mas Jane recusou a proposta. Às dez horas da manhã, do dia 12 de fevereiro de 1554, chegou sua sentença. Ela andou a curta distancia até a torre. Estava vestida sobriamente de preto, lendo seu livro de orações. Quando deitou a cabeça calmamente para que o carrasco fizesse seu trabalho.
Seu reinado de apenas nove dias foi breve, dramático, trágico e marcante. Uma pobre moça perdeu a vida ao ser envolvida em uma trama de poder e ambição.
A garota que faleceu aos 16 anos, vista nos livros de história como uma vítima inocente do cruel jogo de poder da sua própria família, sequer é listada entre os monarcas oficiais ingleses.
Sou historiadora e gostei muito da publicação da matéria, ainda existem muitas histórias da monarquia que não é muito popular e estudada na escola.
Muito interessante contar a história desse reinado tão breve e prático.
Parabéns pelo conteúdo.
Sou psicóloga e universitária do curso de história.
É de suma importância você narrar esses acontecimentos com sua sutileza e sabedoria . Obrigada por escrever mais um desastre da época da monarquia que ao longo do tempo fica esquecido
Que história bem contada e destrinchada. Parabéns pela matéria.
Ótimo o conteúdo, que história fascinante e trágica.
Matéria interessante, diferente de outros jornalistas, que não prezam pela cultura mundial. Parabéns Dereck Xavier
Como muitas, essa é mais uma tragédia “invisível”. Torço pra que um dia, nós enquanto humanos, tenhamos força de encarar e aprender com os erros do passado.
Esse conteúdo me trouxe reflexões bem profundas. Só gratidão!