A demanda por cafés especiais segue em alta no Brasil, com crescimento médio de 20% ao ano. O aumento no consumo tem incentivado produtores a adotarem práticas mais cuidadosas, como a colheita manual, fundamental para garantir a qualidade do café premium.
Em Garça (SP), uma fazenda com 14 hectares de cafezais aposta nesse nicho. A expectativa é de que cerca de 25% da produção seja classificada como especial. Para isso, os agricultores selecionam manualmente apenas os grãos mais maduros — conhecidos como frutos cereja — que apresentam maior concentração de açúcares.
“Ao colhermos apenas os frutos mais maduros, conseguimos uma bebida com mais sabor e complexidade, graças ao manejo correto no pós-colheita”, explica o produtor Cassiano Terciotti Tosta.
Outro diferencial é o processo de secagem. Os grãos passam por terreiros suspensos, que evitam o contato com o solo e garantem uma secagem mais uniforme e lenta. Após atingirem cerca de 16% de umidade, os grãos descansam por 45 a 50 dias antes da finalização da secagem.
A valorização no mercado também incentiva o investimento: enquanto uma saca de 60 kg de café convencional é vendida por cerca de R$ 2.500, o café especial pode alcançar R$ 3 mil ou mais, dependendo da pontuação de qualidade.