Refletindo pressão contra aumento do IOF e suspensão do tarifaço
Na quarta-feira, a divisa norte-americana subiu 0,89%, sendo negociada a R$ 5,6951. Já o principal indicador da bolsa brasileira encerrou o pregão em baixa de 0,47%, aos 138.888 pontos. Nesta quinta-feira (29), o dólar registra queda de 0,54%, cotado a R$ 5,6641 às 10h56. No mesmo momento, o Ibovespa recuava 0,45%, marcando 138.258 pontos.
O ambiente financeiro internacional responde à decisão do sistema judiciário dos Estados Unidos, que suspendeu, com efeito imediato, grande parte das tarifas impostas pelo chefe do Executivo norte-americano, Donald Trump, incluindo as taxações recíprocas aplicadas a mais de 180 nações no início de abril. Agentes econômicos costumam interpretar positivamente medidas que aliviam o tarifaço, pois entendem que isso reduz o risco de uma desaceleração global.
No cenário doméstico, as atenções seguem voltadas para a pressão sobre o governo visando a revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Já existem mais de 20 propostas em tramitação no Congresso Nacional tentando barrar a medida. Na quarta-feira, o titular da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado que, sem os R$ 20 bilhões previstos com a elevação do tributo, será necessário realizar novos ajustes no Orçamento Federal.
Além disso, os investidores acompanham a divulgação da taxa de desocupação, medida pela Pnad Contínua, que ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril, abaixo das estimativas do mercado. Na véspera, os dados do Caged também surpreenderam, indicando a geração de 257,5 mil postos de trabalho com carteira assinada. O mercado observa esses números com atenção, pois, no contexto atual, um setor de trabalho aquecido pode dificultar o controle da inflação e adiar eventuais reduções na taxa básica de juros pelo Banco Central.
No ambiente corporativo, as ações da gigante de semicondutores especializada em inteligência artificial, Nvidia, subiram após divulgar uma receita trimestral acima das expectativas. Outro destaque é a desvalorização dos papéis da Azul, que protocolou um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos e teve seus ativos excluídos dos índices da B3.