Nesta sexta-feira (2), o câmbio opera em desvalorização, cotado a R$ 5,63, refletindo a abertura da China a possíveis tratativas com os Estados Unidos para encerrar o impasse tarifário iniciado durante o governo de Donald Trump. Já o índice Ibovespa, principal termômetro da B3, registra uma pequena retração.
Na sessão anterior, a divisa americana havia subido 0,83%, encerrando o dia em R$ 5,6770. Por sua vez, a bolsa brasileira teve leve queda de 0,02%, fechando aos 135.067 pontos.
A sinalização de Pequim para retomar o diálogo com Washington trouxe alívio aos mercados. Segundo veículos de comunicação estatais chineses, autoridades americanas fizeram contato com o país asiático na quinta-feira (1º) para discutir as sobretaxas de 145% impostas em abril, que haviam sido respondidas com tarifas de até 125% sobre produtos dos EUA.
De acordo com o Ministério do Comércio da China, os norte-americanos precisam apresentar “boa-fé” nas tratativas, o que inclui rever “medidas unilaterais e incorretas” se quiserem avançar com o processo.
A pasta ainda criticou qualquer tentativa de usar as negociações como forma de “pressão ou chantagem”, afirmando que isso “não surtirá efeito”. Até o momento, não houve pronunciamento oficial da Casa Branca.
Também nesta sexta, o mercado repercutiu positivamente os dados do relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), que revelou a criação de 177 mil vagas em abril — número superior à expectativa de 130 mil. A taxa de desemprego manteve-se em 4,2%, conforme previsões.
O resultado robusto do mercado de trabalho foi visto como um indicativo de resiliência da economia americana, o que pode influenciar as próximas decisões do Federal Reserve (Fed) sobre os juros, especialmente após indicadores negativos anteriores associados aos impactos do aumento tarifário.