A inflação desacelerou no mês de junho para todas as faixas de renda, mas, apesar dessa redução generalizada, na comparação com maio, a inflação para os mais pobres, de 0,62%, continuou bem maior do que a dos mais ricos, de 0,39%, pelo terceiro mês seguido.
Os dados são do Indicador de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com a pesquisadora responsável pelo estudo, Maria Andréia Lameiras, os grandes vilões da inflação em junho foram os reajustes das tarifas de energia elétrica e dos preços do botijão de gás e do gás encanado. Mas a alta nos preços dos alimentos também pesou no bolso das famílias mais pobres.
Na comparação com junho de 2020, a pesquisa mostra que a inflação no mesmo mês de 2021 foi mais elevada para todos os segmentos de renda, sendo que a alta também foi mais significativa para as famílias de menor renda.
Os dados acumulados em 12 meses apontam que, apesar da aceleração inflacionária generalizada para todas as faixas de renda, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa segue em patamar acima da observada na faixa de renda alta, ainda pressionada pelas altas dos alimentos no domicílio, da energia elétrica e do gás de botijão no período. Já para as famílias de renda mais alta, boa parte dessa inflação acumulada vem do reajuste dos combustíveis no período.
Fonte: Agência Brasil