Os gastos do governo federal com aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) podem aumentar em R$ 600 bilhões até 2040 caso não sejam feitas novas mudanças nas regras previdenciárias. A projeção faz parte de uma nota técnica do Centro de Liderança Pública (CLP), divulgada nesta segunda-feira (7).
Segundo o estudo, o aumento decorre principalmente do envelhecimento acelerado da população brasileira e representa um impacto fiscal expressivo — equivalente a “um novo Orçamento inteiro da saúde pública” ou ao dobro do que a União investe atualmente em infraestrutura.
O cálculo não inclui gastos com pensões por morte, déficits dos regimes próprios de estados e municípios nem os gastos com militares.
Revisões periódicas são inevitáveis
De acordo com o CLP, mesmo após a reforma da Previdência de 2019, o país precisará rever periodicamente os parâmetros do sistema previdenciário para garantir sustentabilidade. Entre as medidas citadas estão aumentar a idade mínima, endurecer regras de cálculo dos benefícios e do tempo de contribuição, além de repensar o equilíbrio entre benefícios contributivos e assistenciais.
“A reforma de 2019 não encerra o desafio previdenciário brasileiro. Será necessário revisar parâmetros com frequência para conter a pressão fiscal”, afirma a nota técnica.
A entidade também destaca que o crescimento dessas despesas pode comprometer investimentos em outras áreas essenciais e reforça a importância de políticas públicas para lidar com o impacto do envelhecimento demográfico.