Kiev, Ucrânia – Enquanto a guerra na Ucrânia se arrasta, muitos se perguntam por que a Rússia, com seu vasto arsenal de tanques e veículos blindados, não consegue realizar uma ofensiva em grande escala como as vistas em conflitos do passado. A resposta, como muitos especialistas militares apontam, reside numa combinação de fatores que vão desde a condição dos equipamentos à capacidade logística e às mudanças na natureza da guerra moderna.
Embora a Rússia ostente milhares de tanques, a real quantidade em condições operacionais é questionável. Anos de negligência, falta de manutenção e armazenamento inadequado podem ter deixado muitos desses veículos inutilizáveis, com motores “gripados”, peças danificadas e sistemas eletrônicos obsoletos.
Além disso, a guerra moderna exige mais do que apenas quantidade. Tripulações bem treinadas são essenciais para operar os tanques de forma eficaz, coordenando seus movimentos com outras unidades e infantaria. Treinar uma tripulação de tanque leva tempo, e a Rússia parece estar com falta de pessoal qualificado, o que resulta em táticas desajeitadas e vulnerabilidade em combate.
A logística também é um fator crítico. Tanques consomem enormes quantidades de combustível e munição, e exigem manutenção constante. A Rússia demonstrou dificuldades em manter suas tropas abastecidas, o que limita sua capacidade de realizar operações ofensivas em larga escala.
Finalmente, a natureza da guerra mudou. Ataques em massa com tanques, como os vistos na Segunda Guerra Mundial, são hoje alvos fáceis para armas antitanque modernas, drones e mísseis de precisão. A Ucrânia, com o apoio de aliados ocidentais, possui um arsenal considerável dessas armas, o que torna qualquer tentativa de ataque blindado em massa extremamente arriscada para a Rússia.
Em suma, a incapacidade da Rússia de lançar uma ofensiva blindada em massa na Ucrânia é resultado de uma combinação de fatores: equipamentos em mau estado, falta de tripulações treinadas, dificuldades logísticas e a mudança na natureza da guerra. A era das grandes formações de tanques a dominar o campo de batalha parece ter chegado ao fim, e a Rússia está a aprender essa lição da maneira mais difícil.