Na metade do último mês de outubro, as taxas de hipoteca subiram novamente nos Estados Unidos, parando um pouco abaixo da marca de 7%.
Conforme noticiou a CNN, a hipoteca de taxa fixa de 30 anos teve uma média de 6,94% na semana que terminou em 20 de outubro, acima dos 6,92% da semana anterior, de acordo com Freddie Mac – empresa autorizada pelo governo a fornecer empréstimos e garantias. Há um ano, a taxa fixa de 30 anos era de 3,09%.
As taxas de hipotecas mais que dobraram desde o início deste ano, à medida que o Federal Reserve (Fed) avançou com sua campanha sem precedentes de aumento das taxas de juros para domar a inflação crescente.
Para explicar que impactos isso pode ter no mercado imobiliário de luxo, a corretora Luciane Serifovic, que é fundadora e CEO da imobiliária de luxo Luxian, comentou que existem dois lados a serem analisados e que acabam sendo atingidos de forma distinta.
“Para uma pessoa que está comprando um imóvel de luxo e não precisa de empréstimo, isso é uma boa oportunidade, porque os preços tendem a cair e surgem mais oportunidades no mercado. Porém as pessoas que precisam de hipoteca não conseguem um empréstimo tão alto com as taxas como estão, porque quanto mais juros mais caro ficam as parcelas mensais e os americanos vivem, têm como parâmetro o mensal, quanto a pessoa ganha”, esclareceu.
Já o economista nova-iorquino Noah Rosenblatt, fundador e CEO da empresa UrbanDigs, explicou o possível motivo da alta também na taxa de juros imobiliários.
Segundo ele, inicialmente é preciso esclarecer que o setor de luxo não ficou imune à desaceleração, pois o Fed (Federal Reserve) continua a aumentar as taxas e as expectativas de valores terminais para combater as pressões inflacionárias rígidas.
“A mudança é mais evidente ao analisar os níveis de liquidez e a atividade contratual, que caiu cerca de 50% em relação aos recordes de 2021. A ação do preço cai apenas modestamente ao analisar as tendências de preços de vendas medianas e mostra-se mais alta ao analisar os dados de preço por metro quadrado. Este último é provavelmente devido a uma maior concentração de unidades maiores que povoam os meses de vendas mais recentes. Com a atividade de contrato em queda e spreads de oferta/venda mais amplos, esperamos que a profundidade da desaceleração no setor de luxo se revele nos próximos dois trimestres, até o primeiro trimestre de 2023”, explicou.