Empresário do ramo do entretenimento, Gérlio Figueiredo, comenta as últimas decisões dos governos de diversos lugares do país
Em meio a retomada econômica e o que parecia o início da volta à normalidade, o mundo foi surpreendido pelo surgimento de uma nova e agressiva variante do vírus que causa a covid-19. Batizada de Ômicron, inicialmente, acreditava-se que a nova variante havia surgido na África do Sul, porém, agora já se sabe que havia casos na Holanda antes de voos do país africano aterrissarem.
A Ômicron gerou preocupações em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta sobre os perigos da nova variante e as preocupações quanto à possível resistência às vacinas já existentes. Se antes o debate sobre a realização dos grandes eventos de fim de ano já dividia opiniões no Brasil, agora, diversos lugares no país anunciaram o cancelamento do réveillon e do carnaval.
Atualmente, já existem 3 casos da doença confirmados em solo brasileiro. Porém, mesmo antes das confirmações, governos estaduais já haviam feito anúncios de cancelamento. Fortaleza, no Ceará, foi a primeira a cancelar a virada do ano. Recife, Salvador, São Luís, Belém, Aracaju, João Pessoa, Campo Grande, Palmas e Florianópolis tomaram a mesma decisão.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, os eventos ainda não foram cancelados. Para o empresário do ramo do entretenimento é uma situação de difícil tomada de decisão. “O setor de eventos é muito importante para auxiliar na recuperação econômica, sem falar na expectativa das pessoas de poder retornar a vida normal. Porém, acho que o surgimento de uma nova variante é um lembrete de que a pandemia não acabou e os cuidados ainda são necessários”, opina.
Gérlio conta que, mesmo animado com a possibilidade de voltar a realizar eventos, sempre defendeu que as recomendações da OMS deveriam ser seguidas. “A OMS já havia liberado uma série de cuidados que deveriam ser tomados para manter a segurança nessa fase de transição pós pandemia. Se eles estão dizendo que o vírus merece atenção, acho que cabe aos governos avaliar a situação e fazer uma escolha”, afirma. “A saudade é grande, o setor de eventos foi o primeiro a fechar e o último a abrir e, agora, parece que estou vendo a história se repetir”, lamenta o empresário.