Magda acrescentou que a liberação dependerá do comportamento da cotação do petróleo, que atualmente está em retração. A dirigente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou nesta terça-feira (18) que a instituição realizará empenhos para viabilizar o envio de valores adicionais ainda neste ciclo anual.
“Tomara que a gente consiga, faremos muito esforço para isso”, afirmou durante o encontro com profissionais da comunicação, no qual apresentou o resumo de um ciclo completo à frente da estatal.
Magda mencionou que a liberação dependerá da cotação do insumo, que recuou em abril após o pronunciamento do mandatário norte-americano, Donald Trump, sobre diretrizes tributárias. Nos últimos dias, no entanto, as cotações voltaram a crescer por conta do embate entre Irã e Israel.
O titular da Fazenda, Fernando Haddad, comentou recentemente que o Executivo está em conversas com companhias controladas pela União para tornar possível a transferência de lucros adicionais. Outra via para ampliar os recursos públicos seria o aumento das compensações especiais.
Magda frisou que a organização segue as determinações nacionais, mas indicou que, caso haja nova norma nesse campo, a instituição entende que a reformulação deve impactar apenas pactos futuros, “não os que estão em curso”.
Valores de derivados energéticos
Sobre uma eventual pressão nos índices dos derivados energéticos em razão do embate entre Irã e Israel, a presidente declarou que a organização evita ações bruscas e que, no momento, não há previsão de correções.
“Esse ambiente de petróleo elevado tem cinco dias, é bem recente. A gente só faz movimentação quando vê uma tendência. Com cinco dias, não vamos fazer nada. Nossa política de precificação é consistente.”
Margem equatorial
Chambriard também comentou o processo de concessão de blocos na formação geológica da Foz do Amazonas, na Faixa Norte, que despertou interesse de companhias de fora.
“O entusiasmo das operadoras, seja a Petrobras, seja a Exxon, seja a Chevron, seja a estatal chinesa que esteve lá na Foz ganhando área, revela a confiança no arcabouço nacional. Disponibilizar setores para exploração naquela faixa também demonstra estabilidade institucional”, disse.
“Para disponibilizar os locais, foi necessária uma ação conjunta da ANP e do Ibama. Isso mostra firmeza, mostra compromisso, mostra continuidade, confiabilidade jurídica, e isso prova que o território está avançando no rumo que precisa.”
Segundo a líder da companhia, o equipamento de perfuração já está se deslocando para a Faixa Norte. “O Ibama fará a inspeção e acreditamos que definirá a liberação para dar início ao processo de escavação. Estamos totalmente preparados para essa fase”, afirmou.
O ensaio deve ocorrer em julho e o equipamento deve chegar no fim de junho. Ela reforçou que a Petrobras adquiriu os pontos mais relevantes no certame e que não houve nenhuma limitação financeira para isso.
Busca por novas reservas
A presidente também reafirmou o empenho da entidade em expandir a identificação de novas jazidas. “Nosso espaço para novas fronteiras está garantido independentemente da situação da cotação internacional. O Brasil disponibilizou poucas opções na última década; novas buscas são o que garante nossa continuidade”, declarou.
A gestora da área de prospecção e retirada, Sylvia Anjos, completou dizendo que a companhia participará de futuras disputas, “no Brasil e no exterior”. Ela citou ainda que a estatal analisa propostas no continente africano e no território indiano. “A organização considera todos os cenários”, finalizou.