A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgou neste domingo (6) uma nota criticando as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 17ª Cúpula dos Brics, em que voltou a acusar Israel de praticar “genocídio” na Faixa de Gaza e defendeu que a solução para o conflito passa pelo “fim da ocupação israelense” e pela criação de um Estado palestino.
Para a Fisesp, as falas “isolam o Brasil no cenário internacional” e ignoram os ataques promovidos pelo Hamas desde outubro de 2023. Segundo a entidade, Lula opta por uma “retórica ideológica” em vez de exercer “responsabilidade diplomática”.
No comunicado, a Federação afirma que o presidente não menciona os sequestros e assassinatos de civis israelenses pelo Hamas, nem condena os foguetes lançados contra Israel. “Ao falar em ‘genocídio’, o presidente desrespeita mais uma vez a memória das vítimas do Holocausto e banaliza um dos crimes mais graves da história”, afirma o texto, que também acusa Lula de “legitimar o terrorismo” e “estimular o antissemitismo”.
A entidade também criticou a política externa brasileira, que estaria se afastando das democracias ocidentais para se aproximar de “regimes ditatoriais” como Irã, Rússia e Venezuela. “Isso não é neutralidade, é cumplicidade”, diz a nota.
A Fisesp reiterou apoio à criação de um Estado palestino, mas “livre do terrorismo do Hamas e sem financiamento do Irã”, acusando o grupo palestino de não querer coexistência, mas a destruição de Israel.
Por fim, a Federação cobrou de Lula “responsabilidade, equilíbrio e humanidade” como Chefe de Estado. “O Brasil, que já foi referência diplomática no mundo, não pode ser porta-voz do ódio. Paz se constrói com verdade. E a verdade é que não há paz possível enquanto o Hamas existir.”