O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao líder russo Vladimir Putin a ampliação do cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, durante reunião realizada na última sexta-feira (9), em Moscou. O encontro ocorreu a convite do governo russo e gerou críticas por parte do governo ucraniano e de setores da diplomacia brasileira.
A Rússia havia anunciado uma trégua unilateral de três dias, iniciada em 8 de maio, em homenagem ao aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. O cessar-fogo, no entanto, termina neste sábado (10).
A Ucrânia tem defendido publicamente a extensão da trégua por até 90 dias. Segundo fontes do governo brasileiro, Lula reforçou esse pedido em conversa direta com Putin, alegando que uma pausa mais duradoura beneficiaria não apenas os envolvidos no conflito, mas também outras nações.
“Discuti com o presidente Putin que nós queremos paz. É importante a paz para a Rússia, para a Ucrânia, para os Estados Unidos, para a União Europeia, que deixaria de gastar com armas”, afirmou Lula a jornalistas pouco antes de embarcar para a China, na madrugada deste sábado.
De acordo com diplomatas brasileiros ouvidos pela TV Globo, Putin elogiou o papel do Brasil, mas não respondeu diretamente à proposta de ampliar o cessar-fogo.
Apesar do apelo pela paz, a visita de Lula a Moscou foi alvo de críticas do governo ucraniano, que considera a presença do presidente brasileiro como um sinal de apoio à Rússia. No Brasil, a viagem também gerou controvérsias entre diplomatas e membros da oposição.
Lula participou da celebração dos 80 anos da vitória russa sobre o nazismo, em um esforço do Kremlin para demonstrar apoio internacional em meio ao prolongado conflito, que já dura três anos.
Foto de capa: Agência GOV