Chefia da Câmara agendou para esta quarta-feira a deliberação de proposta que anula portaria que eleva Taxa sobre Transações Financeiras (IOF). O chefe do Executivo federal, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestou apoio ao titular da pasta da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (25), poucas horas antes de uma sessão do Legislativo que analisará – e deve revogar – um ato normativo da equipe econômica que estabelece o aumento da alíquota do IOF.
Lula proferiu as afirmações durante cerimônia no Ministério de Minas e Energia, na qual foi anunciada a elevação do teor de etanol na composição da gasolina e do biodiesel.
Na ocasião, o mandatário também criticou analistas que identificam deficiências na condução da política econômica e pressionam o Executivo por ações de contenção fiscal.
Sem mencionar diretamente a deliberação agendada na Câmara, o presidente declarou ao público que “vocês conhecem o comprometimento com que o Haddad lida com as finanças públicas”.
O dirigente da Fazenda tem recebido críticas desde que o Executivo optou por ampliar a tarifa do IOF, com o intuito de incrementar a receita pública e ajustar o equilíbrio orçamentário. Lula ainda reforçou que seu terceiro ciclo presidencial, iniciado em 2023, apresenta os melhores indicadores econômicos dos últimos 15 anos.
“Este território nunca se deu uma verdadeira oportunidade. A cada ciclo está mais complicado. Eu poderia indagar os empreendedores aqui presentes: nos últimos 15 anos, qual foi o período mais favorável da economia nacional? Alguém se recorda? O momento mais positivo da economia brasileira é justamente com meu retorno, em 2023, em 2024 e será também em 2025”, declarou.
O chefe de governo também questionou o tamanho do desequilíbrio fiscal brasileiro e ressaltou que não necessita de especialista do Fundo Monetário Internacional (FMI) para orientá-lo sobre o conceito de responsabilidade nas finanças públicas.
“Qual foi a fase em que a rentabilidade de vocês mais aumentou? Quando o rendimento coletivo teve maior expansão? Quando a inflação esteve tão bem administrada? Qual é o tamanho do desequilíbrio? Muitas vezes, o que existe é carência de entendimento e de confiança neste território. Eu não preciso de nenhum perito do FMI para me explicar o que significa responsabilidade orçamentária”, completou o líder petista.
Lula afirmou ainda que “seriedade” na economia “não é fazer mágica” porque sabe que, se errar, “o tombo pode ser pior”.
O presidente ainda disse estar cansado de ouvir empresários reclamarem da carga tributária no país, mas não tratarem das isenções que o governo concede aos setores.
Segundo Lula, os empresários reclamam do patamar dos impostos, mas ficam “olhando pro dinheiro da educação para gente cortar”. “Não é possível. Não vai dar certo”, afirmou.