Janiel Kempers, publicitário e especialista em marketing político, comenta sobre os impactos da candidatura do ex-juiz na justiça brasileira
Um dos nomes mais comentados do cenário político brasileiro, Sérgio Moro, na época juiz, foi um dos principais protagonistas da realização da Operação Lava Jato que culminou na prisão de importantes políticos como Eduardo Cunha, José Dirceu e o ex-presidente Lula. De lá para cá, a vida de Moro mudou bastante. De juiz, passou a ser ministro do governo Bolsonaro, mas, após discordâncias com o presidente, se retirou do cargo.
Atualmente, Moro, totalmente envolvido no mundo político, é pré-candidato à presidência do Brasil nas eleições de 2022, fato este, que levantou diversas críticas sobre uma possível politização da justiça no país. “O que ocorre é que Moro apenas tirou o ‘tapume’ de uma justiça que já é politizada há muito tempo. Afinal, nunca se viu um processo seletivo entre juízes para ser membro do STF, haja visto que após ser indicado pelo presidente da república, a sabatina no senado, nada mais é que um procedimento legal articulado pela base governista a fim de atender os gostos do
executivo maior”, opina o publicitário e especialista em marketing político, Janiel Kempers.
De acordo com ele, esse comportamento é padronizado e ocorre em diversas outras esferas da justiça, onde articulações políticas são a resposta para a maioria dos problemas. “Moro nada mais fez do que tentar articular junto à justiça, um mirabolante plano de marketing sobre sua imagem e de seus colegas para tentar lançar-se como o salvador da pátria”, explica.
Para o especialista, as atitudes do ex-ministro, fizeram com que as pessoas que não o apoiam tentassem desmoralizar suas ações quando ainda era juiz na Lava-Jato. “Diante disso vemos uma briga nos bastidores para que o viés ideológico da justiça brasileira não fique tão evidente e não cause mais problemas do que vem causando em uma população desacreditada”, pontua.