Jackeline Alecrim, cientista especialista em Cosmetologia Avançada, explica quais problemas podem ocorrer com uma descoloração descuidada e dá dicas para evitar corte químico.
O Brasil não é um país de maioria loira, porém, a quantidade de mulheres que adotam esse estilo é visível. Em 2015, uma pesquisa feita pela Koleston revelou que 1 a cada 10 brasileiras gostaria de ser loira e essa tendência cultural leva a criação e utilização de procedimentos capilares que possam realizar tais vontades. Porém, para mudar a cor de cabelo, geralmente precisa-se passar por um processo de descoloração que, se feito sem cuidados especiais, pode gerar problemas sérios.
“Para que a descoloração aconteça, as substâncias químicas precisam penetrar através da cutícula do cabelo e atingir uma região muito sensível que se chama córtex, onde estão presentes os nutrientes e componentes estruturais do fio”, explica a cientista e expert em saúde do cabelo Jackeline Alecrim. De acordo com ela, por ser um procedimento agressivo, é necessário que o cabelo esteja com uma estrutura mais forte para que consiga finalizar a descoloração sem sofrer danos. “O corte químico acontece porque as substâncias provocam uma alteração na estrutura do fio. Assim, o cabelo fica elástico ou com pontos de instabilidade na fibra capilar”.
A especialista ressalta ainda, que, após a descoloração, é possível que ocorram quebras no fio. “O descolorante fragiliza a estrutura da fibra capilar e o fio acaba se rompendo”. Alecrim acredita que os fios que estão mais suscetíveis a problemas com a descoloração são os fios finos, os frágeis, os ressecados ou fios que são submetidos a um tempo de descoloração maior. “Por isso, o teste de mechas é indispensável para qualquer tipo de procedimento”, aconselha.
Para preparar o cabelo para a descoloração, a cientista aponta que deve-se reforçar, por pelo menos 1 mês, os tratamentos de nutrição, hidratação e, se necessário, a reconstrução também. Porém, ela alerta para o excesso de utilização da reconstrução. “A fibra do cabelo pode ficar muito rígida e também quebrar durante a descoloração”, explica. Além disso, é interessante deixar que a oleosidade natural atue como uma proteção para o cabelo e para o couro cabeludo, ou seja, não deve-se estar com os fios totalmente limpos durante a descoloração. “Após o procedimento, também é importante reforçar a nutrição e utilizar tratamentos que tenham micro ativos que consigam atingir o córtex do cabelo para repor componentes perdidos durante o procedimento”, afirma.