O jejum é a abstenção de consumir alimentos e bebidas por um determinado tempo. Tanto os sistemas de saúde tradicionais quanto os modernos usam jejuns como forma de ajudar a gerenciar doenças crônicas não infecciosas. Durante o jejum, a atividade aumenta a lipólise do tecido adiposo (queima de gordura na gordura adiposa) enquanto aumenta a oxidação de ácidos graxos nos órgãos periféricos, o que aumenta a queima de gordura e a perda de peso.
Um estudo publicado na revista científica Ciência Latina, do grupo Redilat, um dos mais importantes da América Latina, trouxe a discussão sobre os efeitos do jejum tanto nos pacientes que treinam quanto nós que não.
A publicação tem autoria da nutricionista Dani Borges, pesquisadora do Departamento de Ciências e Tecnologia Unilogos, instituição que possui diversas outras envolvidas.
A principal coisa que o estudo investigou, segundo ela, é se o treinamento de resistência realizado em jejum induz adaptações específicas no treinamento, em que o aumento da oxidação de gordura melhora os níveis de treinamento de resistência a longo prazo. Dani ressalta que alguns dados mostram que o jejum tem uma influência mais ampla no metabolismo corporal tanto em indivíduos não treinados quanto treinados, afetando o metabolismo de proteínas e glicose.
“Há informações conflitantes sobre como o jejum afeta o metabolismo da glicose em atletas altamente treinados, e o impacto no desempenho também não é claro (alguns dizem que tem um impacto negativo, outros dizem que não há efeito significativo). O jejum diminui o peso corporal de indivíduos treinados e não treinados, juntamente com o teor de gordura. Há pouca evidência de que o treinamento de resistência e o jejum juntos aumentam a oxidação da gordura, pois muitos estudos têm resultados conflitantes”, diz trecho do estudo.
A autora relembra também que embora existam diferenças nos detalhes dos experimentos, como a gravidade da restrição calórica, quanto tempo durou o experimento e quem eram os participantes. “Em nossa revisão da literatura, sugerimos que os atletas não devem fazer treinamento de alta intensidade em jejum”, diz outro trecho do estudo.
De acordo com a pesquisadora, “o cardio ou o exercício aeróbico, feito em jejum ou não, faz grande diferença no estado de saúde da pessoa porque ele melhora a sinalização da insulina”, disse.
O artigo sugere que o exercício aeróbico de baixa a moderada intensidade, realizado no jejum, induz um aumento na oxidação da gordura, quando comparada com exercício realizado após o consumo de um produto contendo carboidratos na refeição. “Apesar da alta heterogeneidade dos dados, nada de diferença parece existir entre o exercício no jejum ou estados federados em relação às variações nas concentrações da NEFA antes e após o exercício”, cita a publicação.
Em contraste, segundo a autora, a variação em relação à glicose e as concentrações de insulina parecem ser mais elevadas na alimentação. O aumento da massa corporal magra é um objetivo de muitos atletas, recreativos treinadores de peso e aqueles que desejam melhorar sua composição corporal. “Ao escolher um suplemento dietético para aumentar a massa corporal magra, por exemplo, é importante considerar a forma como o suplemento contribui para o processo altamente regulamentado do esqueleto hipertrofia muscular. A ciência dos suplementos esportivos é relativamente nova, embora certos suplementos esportivos (proteína, creatina) tenham sido cientificamente investigados e demonstrou repetidamente sua capacidade de aumentar a massa magra do corpo. Outros suplementos esportivos exigem uma investigação científica mais rigorosa antes que eles possam ser considerados eficazes – ou não”, finaliza o estudo.