Presentes em alimentos de origem vegetal, antinutrientes podem interferir negativamente na absorção de nutrientes
Com poder de afetar a digestão e a absorção de macronutrientes como proteínas, carboidratos e vitaminas, os chamados antinutrientes são substâncias presentes nos alimentos de origem vegetal. Apesar da nomenclatura comunicar a premissa de que são prejudiciais à nutrição, quando consumidos com moderação, não fazem mal.
Um exemplo da ação dessas substâncias é quando a pessoa consome uma fruta que ainda não está totalmente madura e sente um repuxar na boca. “Isso ocorre porque o alimento está rico em polifenóis, substância considerada um antinutriente e que limita a absorção de proteínas e minerais, podendo danificar a mucosa do sistema digestivo”, comenta o médico nutrólogo Dr. Sandro Ferrraz.
Outros exemplos são os Taninos, presentes em frutas verdes, e os Fitatos, oriundos da soja e do feijão. “O Oxalato é outra substância que merece atenção. Presente na carambola e no espinafre, é desaconselhada para pacientes com insuficiência renal, gota e ácido úrico elevado, visto que não é excretado pela urina e favorece o aparecimento de cálculo renal”, alerta.
De acordo com o médico, apesar do fator inibitório, alguns antinutrientes podem apresentar benefícios como redução do colesterol. “As fibras são consideradas uma classe de antinutrientes saudáveis, pois ao mesmo tempo que atrapalham a absorção de proteínas e alguns minerais, ajudam a reduzir o colesterol associado a um estilo de vida saudável”, exemplifica o Dr. Sandro Ferraz.
Apesar do consumo elevado não trazer prejuízos, vegetarianos e veganos devem ficar em alerta, visto que o consumo proteico é baixo e a maior fonte proteica são as leguminosas, ricas em fitatos que diminuem a absorção de minerais como o cálcio e o magnésio, assim como a própria proteína. “No caso dos fitatos, uma técnica antiga, que consiste em deixar o feijão de molho na geladeira por 12hs trocando a água, garante uma diminuição dessa substância”, aconselha.