O Brasil possui duas bases de lançamento de foguetes: Uma em Natal, no Rio Grande do Norte, e a outra em Alcântara, no Maranhão. Porém, mesmo com esse aparato, o programa espacial brasileiro não consegue lançar o próprio satélite. Exemplo disso é que recentemente o Amazônia-1 teve que ser enviado para o espaço a partir da Índia.
Ainda assim o Brasil é considerado como o país mais desenvolvido no setor aeroespacial na América Latina, mas ainda assim está bem atrás das grandes potências mundiais deste seguimento.
De acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira, a razão disso é simples: falta de investimento. “Não conseguimos nos desenvolver como esses países. Eles estavam conosco nesse início [a Agência Espacial Indiana foi criada em 1969] e conseguiram avançar bastante, mas a nossa agência está devendo uma série de objetivos porque faltou investimento e coordenação dos esforços”, destacou.
Mesmo sem investimento e com a pandemia, o setor espacial está crescendo no Brasil. Nos últimos anos, foram registrados crescimento de 5 a 8%. “É fácil de entender o porquê, todo mundo usa celular e depende da comunicação”, explica Moura.
Segundo o presidente da AEB, os investimentos poderiam ajudar nas seguintes áreas: “Nós não usamos satélites na supervisão do mar, em questão de fronteiras, em demandas ambientais, na segurança e na defesa”.
Atualmente o Brasil conta com sete universidades que oferecem o curso de Engenharia Espacial, o que dá uma esperança para esta área: “Em formação de pessoal, estamos bem, mas precisamos dar sequência a essas pessoas. O setor e a economia estão crescendo muito, queremos que isso se internalize no Brasil”, afirma Carlos Moura.
O próximo passo, defende Carlos Moura, é levar informação sobre a agência e o desenvolvimento espacial para a população. “Precisamos considerar o programa como prioridade e entender que ele não é uma coisa isolada, mas uma infraestrutura nacional necessária”, completa.