“A variante Delta do coronavírus será predominante no mundo ‘em breve’”, afirmou nesta segunda-feira o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo levantamento da agência de saúde das Nações Unidas, ao menos 104 países já registraram casos de infecção por esta variante do coronavírus.
O cientista disse ainda que “o mundo está assistindo em tempo real enquanto o vírus da Covid-19 continua a mudar e a se tornar mais transmissível”. Ele também afirmou que enquanto países ricos pensam em doses de reforço, os mais pobres seguem sem proteger profissionais de saúde na linha de frente.
Já o diretor-executivo de emergências da OMS, Mike Ryan, ressaltou que a importância de vacinar a população mais vulnerável e afirmou que “os números são claros, são eles que estão morrendo, desprotegidos”.
No mês passado, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, alertou que a variante delta do coronavírus vinha se tornando dominante no mundo por conta de sua “maior transmissibilidade”.
Segundo os cientistas, uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Além disso, quanto mais circula – transmitido de uma pessoa para outra -, mais faz replicações, e maior é a possibilidade de ocorrência de modificações no seu material genético.
No entanto, mesmo com essas mudanças no vírus, as vacinas conseguem reduzir casos graves de Covid-19. De acordo com a chefe do programa de emergências da OMS, Maria van Kerkhove, as duas doses da vacina – quando a aplicação é feita em duas doses – são importantes para garantir a proteção completa da pessoa. Por outro lado, ela alertou para o surgimento de uma “constelação de variantes” no futuro que pode se tornar um problema para a imunização se ela não for acelerada.