A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (16) o regime de urgência para o projeto que limita o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação teve 346 votos favoráveis e 97 contrários, evidenciando o apoio expressivo ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o desgaste do governo federal junto à base parlamentar.
Com a urgência aprovada, o projeto poderá ser votado diretamente no plenário, sem a necessidade de análise prévia pelas comissões temáticas.
A movimentação ocorre após semanas de tensão entre o Poder Executivo e o Legislativo, especialmente após um decreto do governo Lula que alterava as regras do IOF, o que provocou reação negativa em parte dos parlamentares.
Motta chegou a considerar a votação da derrubada do decreto presidencial, mas recuou após diálogo com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), com quem mantém boa interlocução. Apesar disso, a aprovação da urgência foi vista como um recado político claro ao Palácio do Planalto sobre a força do chamado Centrão no comando da agenda legislativa.
Nos bastidores, o governo atuou para evitar a derrota, com articulações lideradas pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), considerado peça-chave para impedir que o mérito do decreto fosse votado na mesma sessão.
A sinalização do plenário fortalece a posição de Hugo Motta como um dos principais articuladores políticos da Câmara e aumenta a pressão sobre o governo federal em sua relação com o Congresso Nacional.